sábado, 21 de janeiro de 2017

A solidariedade é uma virtude dos motociclistas

Depois de uma semana inteira de chuva eu estava torcendo para não chover no sábado, pois estaria de folga e queria sair pilotar a Trudi. Para a minha alegria não choveu e lá fui eu e minha parceira... porém saindo de casa já percebi um ruído estranho no freio traseiro, pensei, vou ter que levar na oficina e depois eu mudo a rota do passeio... tudo bem, a oficina fica no meio de uma subida e vocês sabem que eu ainda tenho certa dificuldade para estacionar na subida, tentei uma técnica nova, mas não deu certo, lá estava eu de frente ao invés de estar de lado para estacionar... ah não tinha como ir para trás, eu tinha que ir para frente para poder ajeitar a traseira, mas ainda não consigo esse negócio de segurar no freio pra não voltar e ao mesmo tempo embreagem e acelerador pra poder subir, enfim (um dia eu consigo) um cara da oficina viu que eu estava em "apuros" e foi lá se oferecer para estacionar a Trudi (eu sei que ela ficou com vergonha de mim, mas fazer o que, melhor do que derrubá-la, nem quero pensar na cena). O que mais me fascina nesse mundo de motociclistas é a solidariedade das pessoas para com as motociclistas pequenas como eu, sempre tem alguém disposto a dar uma forcinha para nós mulheres. O problema foi resolvido facilmente, era apenas sujeira no freio, nada que R$5,00 não resolvesse... fui buscar a Trudi e lá estava ela "atolada" com a roda traseira naquele buraco da sarjeta no meio da subida, eu prometo a vocês que eu tentei sair com ela de lá, mas pedi para o Henrique (o cara que sempre dá reparos na Trudi) para dar um empurrãozinho e pronto! Saí do buraco e ele prontamente veio me ajudar. Ainda por cima passei no posto para abastecer e parece bobo, mas estava me sentindo super por ter conseguido sozinha pela segunda vez hahaha preciso contar que veio três frentistas me atender, creio que por causa da Trudi (não pela cilindrada porque coitada é uma 125) mas sim porque ela é linda e eu sou mãe coruja mesmo... Ah comprei minha primeira capa de chuva e a Trudi ganhou um banho na garagem de casa, ficou mais linda ainda e eu estou cheirando moto e com a mão engraxada, mas isso tudo é tão emocionante! Ainda mais por ver a cara das pessoas quando eu chego num "lugar comum de homens" arrasando com a minha parceira.





domingo, 15 de janeiro de 2017

Um dia de líder de mini comboio

O domingo de folga nunca foi tão bem aproveitado quanto hoje! Conheci dois intrudeiros muito legais o Seixas e a Vivi, eles vieram de São Paulo para um passeio aqui na estrada do Vinho de São Roque; o engraçado é que ninguém se conhecia pessoalmente, nos falamos apenas no grupo do whatsapp...
Eu esperei eles num posto de gasolina e aí me pediram para ir na frente e mostrar o caminho, pensei: "nunca fiz isso antes!", enfim, segui, liderei um mini comboio pela primeira vez e quero deixar registrado que foi emocionante!
A estrada do vinho estava linda e fresca como sempre, fizemos algumas paradas e aproveitamos para nos conhecer melhor e falar sobre nossas motos. Eu sei que o dia estava ótimo e o sol me queimou um pouco, acabei indo com a minha bandana no pescoço caso precisasse colocar no cabelo, mas estava tão entretida e feliz com o trio que fizemos que nem me lembrei dela...
O passeio foi maravilhoso apesar da curta quilometragem já que eu moro aqui, mas com certeza valeu e consegui aprimorar ainda mais minhas habilidades (tirando que minha marcha não entrou algumas vezes e que o Seixas teve que empurrar a Trudi na rampa porque eu estava sem força ahaha mas foi muito legal e é sempre bom ter um homem por perto viu? Principalmente nessas horas de "empaque"). Daqui para frente só desejo muito asfalto e rotas cada vez mais longas e produtivas, com o tempo eu pego o jeito, se depender do pessoal que está me apoiando eu já consegui!







quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Livrando a mente

Estava de folga hoje, dia nublado, friozinho gostoso, acordei cedo e já subi na moto, estava decidida a aproveitar cada momento da minha vida. Levei no posto de gasolina pela primeira vez sozinha, calibrei os pneus e troquei o óleo da Trudi. Peguei a Estrada do Vinho e fui sem rumo, queria aproveitar esse momento, deixar a cabeça leve longe de problemas e meus passeios de moto sozinha têm me ajudado muito. Depois de ir até o fim da rota cheguei na Vinícola Goés, pouco movimento ainda era 10 horas da manhã, estacionei a moto e fui tomar um café, tirei algumas fotos e refleti algumas coisas, mandei para o pessoal do grupo de Intrudeiros (gostaria que estivessem lá comigo). Depois passei em mais alguns lugares e voltei pela rodovia, peguei um trânsito danado (e eu que sempre evitei, hoje tive que enfrentar), vários caminhões, carros que não davam passagem... hoje descobri na marra como usar o freio da frente graças a um "barbeiro" que só fez merda durante 3 km na minha frente, eu teria enchido a traseira do caminhão dele se não estivesse atenta, mas sustos à parte voltei para casa satisfeita por mais um progresso!



segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Lidando com a burocracia

É claro que eu não poderia deixar de registrar como foi lidar com a parte burocrática da Trudi.
Tudo começou na transferência do documento e eu mesma resolvi tudo sozinha, apesar de nunca ter feito isso antes eu me saí super bem... A moto veio de outra cidade como eu já havia comentado com vocês, passei pela vistoria do Detran e toda aquela chatice para mudar o documento, amanhã vou trocar a tarjeta da placa e pronto não haverá mais pendências, IPVA e licenciamento 2017 ok! O
documento já está no meu nome (que emoção!), também fui atrás de um seguro para a minha parceira, apesar de o índice de roubo de Intruder ser baixo eu queria me garantir quanto a isso e então a levei na segunda vistoria, o cara deu uma volta nela e se apaixonou (na verdade todo mundo que viu até agora ficou fascinado), fez vários elogios para a Trudi e a mamãe coruja nem ficou orgulhosa... Ainda me sinto um pouco estranha quando levo a moto em alguma mecânica, acho que o pessoal não está acostumado com mulheres pilotando e modéstia a parte nós fazemos uma bela dupla!



domingo, 8 de janeiro de 2017

Melhorando a cada dia

Hoje eu e a Trudi fomos passear na Estrada do Vinho, aqui na cidade de São Roque mesmo. Acordei cedo, me vesti e partiu rolê! Nunca tinha andado nesse caminho antes, muitas árvores aos redor, paisagem incrível, asfalto bom, de manhã não tinha movimento de carros, fui bem tranquila. Testei a quinta marcha! Fiz tudo certo e melhorando a cada dia, estou muito orgulhosa de mim e da minha parceira. Realmente foi um avanço! A moto não morreu nenhuma vez e também não cometi nenhum erro, minha confiança só tem aumentado, assim como a vontade de pilotar mais vezes. Fui trabalhar a tarde de alma leve, com certeza o passeio foi a melhor escolha que eu poderia ter feito neste domingo. Acho que já estou quase preparada para um passeio com o grupo de intrudeiros que acabei conhecer!


sábado, 7 de janeiro de 2017

A primeira vez na rodovia

04/01/2017 não poderia esquecer esse dia... era minha folga, resolvi que ia sair para curtir de moto, relaxar a mente e aproveitar a estrada, mas saiba que eu não gosto de andar no centro da cidade, esse negócio de ficar parando a todo momento não é comigo... decidi ir na casa da minha avó, para chegar lá precisava seguir a rodovia, seria a primeira vez minha e da Trudi. Minha parceira e eu fizemos uma ótima dupla! Fomos tranquilas na rodovia de mão única, tudo certo, coloquei a quarta marcha e a Trudi sentiu os 70km/h... cheguei na minha avó, liguei para a minha mãe e a resposta dela: "sua louca! Está fazendo o que aí?!" Surpreendi a todos e a mim. Andava na minha mão e no meu limite de segurança, deixava o pessoal ultrapassar, pois eu não estava com pressa, quando saio de moto eu quero mais é aproveitar a estrada e a paisagem! Foi uma super evolução e quando chegamos a Trudi ganhou seu merecido banho.


Trapalhada é o que não falta

Dia 6/1/2017... Precisava fazer o seguro da Trudi, acordei cedo, saí de boa da minha garagem... Fui na corretora meia hora antes do combinado só para evitar de pegar trânsito no caminho... Pela primeira vez estacionei nas faixas destinadas para motos, fiz um super progresso e consegui de primeira! (parece bobeira, mas para mim foi uma conquista); Consegui sair do "buraco da sarjeta" com um pouco mais de facilidade (pelo menos a moto não morreu...) fui até o local da vistoria e é claro que evitei o tal semáforo na subida, achei que tinha feito um bom negócio, já estava na rua detrás do local quando na minha frente o trânsito parou na subida e eu precisaria parar para cruzar a pista, desisti, dei meia volta, comecei a descer e achei um lugar para estacionar... na descida... não deu outra, eu desci demais e precisava subir a moto para estacionar, fiquei uns 5 minutos tentando subir a moto e nada... ai como ela pesa para uma pessoa do meu tamanho! Pensei em descer dela e empurrar, mas fiquei com medo de derrubá-la, com muito esforço consegui manobrar e saí da vaga... desci e fui para a parte plana onde seria obviamente muito mais fácil "dar ré"; foi quando apareceu uma mulher, de bota e luva de borracha perguntando se eu queria ajuda, porque ela também tinha moto e sabia o quão difícil para nós baixinhas era empurrar a moto contra a subida... achei um máximo a intenção dela, mas eu já tinha resolvido meu problema, por um momento pensei em ter vergonha, mas dane-se... eu estou praticando e evoluindo! Fui apé na vistoria, gentilmente o moço buscou a Trudi para mim (eu acho que a coitada se sentiu abandonada, mas eu não podia fazer nada...), ela até ganhou elogios do moço que como a maioria se apaixonou por ela, então no fim das contas final feliz! Voltei para casa, peguei 4 semáforos fechados, não morreu nenhuma vez e ainda coloquei de primeira na garagem! Esse dia tinha que ser registrado...


O primeiro rolê

Eu não tinha experiência nenhuma em pilotar motos. Eu só tinha feito a autoescola e cá entre nós a gente não aprende nada a não ser fazer aquele circuito. Eu confesso, não sabia nem trocar a marcha! Então no primeiro dia eu pedi umas dicas para o meu pai, pois ele teve várias motos quando era solteiro, mas já fazia 20 anos que não andava também, enfim, foi muito útil.
Um dia era pra sairmos juntos para treinar de novo, eu estava de folga e não aguentei esperar até o fim da tarde... resolvi eu mesma sem experiência alguma dar uma voltinha (pequena)... Pra sair foi um pouco difícil... demorei mais para me arrumar do que efetivamente para chegar ao destino. Sim a moto morreu algumas vezes... peguei uma marginal pequena da minha cidade, estava tremendo mais que vara verde, cortei todos os semáforos possíveis, eu não andei 10km e já havia chego onde eu pretendia. Queria mostrar minha moto para um tio que tem uma Harley, ele curtiu pra caramba a minha Trudi e ainda me deu umas dicas sobre pneu e pastilha para poder levar na revisão.
É claro que como de costume começou a chover (isso acontece muito comigo), esperei a chuva passar, enquanto isso estava calculando a volta para casa evitando semáforos, rampas e afins... Subi na moto e fui... no caminho de volta deve ter morrido mais umas duas vezes, porém eu nem me importava, ligava e saía de novo... até que começou a falhar e eu não sabia o motivo... parei a moto e descobri, tinha desligado a chave da gasolina! Mas e daí? estava aprendendo oras! Resolvi passar no emprego do meu pai, de boa, estacionei, mas depois não conseguia sair do buraco da sarjeta (esse negócio de apertar embreagem, freio e acelerar ao mesmo tempo... era muito pra mim por enquanto), saí... fui para casa, peguei a maior volta só para não cruzar uma pista... mas cheguei inteira (eu e a moto). E para guardar na garagem? A minha garagem é uma rampa até chegar no plano, estava no fim da rampa e? Morreu! minha mãe quase surtou, mas nada aconteceu, eu só resolvi parar de acelerar porque o Foguete, meu gato, entrou na frente da moto!
Esse foi o primeiro curto passeio e o mais tenso de todos, eu dou muita risada das minhas trapalhadas (agora), mas foi um grande aprendizado que se eu não tivesse encarado não teria vencido. Sempre quis ser uma mulher independente, foi por isso que eu comprei a minha moto, minha felicidade vai depender de mim apenas e a Trudi me faz feliz.



sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

A minha vez

Três meses se passaram... não entrarei em detalhes do término do relacionamento com o motociclista... Eu só sei que estava sentindo falta da moto... da liberdade e de todas as sensações que me eram concebidas apenas por estar viajando. Não tinha mais moto! E a vontade de andar só crescia, então pela primeira vez passou pela minha cabeça em comprar uma moto, era minha vez de deixar de ser garupa e ser dona da minha liberdade. Eu não entendia nada da coisa... Comecei a pesquisar qual moto eu queria. Eu queria uma custom e queria começar com uma de baixa cilindrada, já não tinha mais o apoio do cara, tive que dar meus pulos e me surpreendi, achei o modelo desejado: uma Suzuki intruder 125. Comecei a pesquisar sobre peças e o que avaliar durante a compra. Fui ao encontro de algumas, alguns caras tentaram me passar a perna, mas eu já estava por dentro do assunto, sabia das peças, do preço e as condições que deveriam estar. Fiquei muito orgulhosa por ter me saído tão bem e colocado alguns "espertinhos" nos seus devidos lugares.
O tempo passava e eu não achava a minha moto, vi algumas, mas é como num relacionamento, você tem que bater o olho e sentir com o coração: é essa!
Enfim, achei uma a muitos, muitos quilômetros de casa... Fui ver, amor a primeira vista! Os donos, um casal super bacana, adorei conhecê-los... a moto era da mulher, estava perfeita, impecável, com todos os acessórios que eu pretendia colocar, olhei para o meu pai e disse: É essa! É essa!
Então a Trudi (como passei a chamá-la) foi para casa e eu mal sabia que ela seria minha grande e fiel parceira na minha nova aventura do mundo motociclista!


Onde tudo começou

Eu sempre tive uma paixão por motos e automobilismo, mas nunca tinha tido contato frequentemente e também não pensava em ter uma moto, porém tirei minha CNH.
Foi quando em 2016 encontrei um cara super legal (que se tornou um namorado) que tinha uma BMW 800 e aí a paixão se concretizou! Não tinha nada mais prazeroso do que ser garupa, a estrada era minha vida, eu aproveitava cada quilômetro não querendo que o destino chegasse tão cedo... as viagens foram incríveis, Campos do Jordão, Serra Negra, inesquecíveis... aquele vento no rosto, a sensação de liberdade, e não foram poucas as vezes em que pensei: "nossa, como estou feliz por esse momento"; Foram três meses intensos, a primeira chuva, os pedágios que eu derrubava as moedas de troco, tem mil histórias que eu tenho certeza e faço questão de que fiquem guardadas num lugar muito especial em mim. Acredito que esse cara me mostrou uma das melhores coisas que eu pude descobrir, foi a partir daí que tudo começou!